Impotencia perante o luto.

 Sinto

Só sei que sinto,

Sinto,sinto  e muitíssimo,

Tempo é um negócio importante e inóspito.

No tempo que a areia,escorrendo,naquele treco  transparente, qual a minha memória engoliu o nome,

A areia passa por um buraquinho,no acordo que fez com a gravidade,

Eu não lembro de acordo nenhum.

Eu sinto tanta coisa ao mesmo tempo

Coisa é uma boa palavra,

Pra tapar buracos,

Mas não tem relevância no espirito,

Poxa, não tem Coisar no português formal,

Afinal sentimentos precisam de espaço vazios pra brincar de pega- pega.

Eu aqui não consigo me mexer, porque meu sistema geral entrou em pane.

Dores e ranger, músculos fazendo barulhos nunca vistos,

Essa tensão de quem precisa fugir de algum perigo eminente…

Afinal são clamores de algum passado?

Parece tão frágil, quando seu peito aperta e as lágrimas e gritos querem sair,

E enlouquecendo grito ao vento,

Enquanto engulo insetos,

Me machuque,sinto falta do teu ódio,

Parece que assim você me amava,

E alguma parte de mim vibrava,

Eu choro porque sinto, que não tenho mais conserto.

Mérito fantasma.

 Incapaz de ver mérito,

Onde só vejo condescendência,

Sem pele sob o sol,

Que escalda minha alma,

Quero bombas no cú do mundo,

Explicação para o inexplicável,

Respostas que sim tragam algum alento,

Essa vida folgada sem folga,

Exigências e tédio constante,

É muita, um montante de injustiças,

Essa que cega,

Saí andando quebrando vidraças,

Enquanto descalços correm pela vida,

Que destemida corre para a morte,

Destino ao acaso,

Prótons elétrons que sejam,

Exploda cú do mundo.

Preciso de descanso

Ideologia reversa

 Essa reserva perversa,

Que infunde ao meu ser,

Que nu,

Se arrasta a ideologia,

Sou incapacitado de seguir,

Adiante.

Enquanto levante observatórios,

Pobres comendo lixo,

Porcos com colares de diamante,

Breu a todo léu.

Sigo seguindo,seguidores,

Conservadores em conserva,

No seu próprio mundo de brinquedo,

Felizes no mundo cor de rosa,

Um céu multicolorido de poluição.

A reversão das almas liberais,

Ideologia do sentir,

Parece que tem algo vindo,

Sinto transformar,

Chumbo em líquido,

Sinto tristeza,

Porque não entendo nada.

Inverno da Alma

 Sigo congelado,

Tempo e espaço,

Tentando entender,

Ciclos,

Surpresas,

Lareira acesa.

Respostas de perguntas não feitas,

Cuidado em excesso,

Flores no meio do deserto.

Sigo cansado,

Ocupando espaço,

Lutando contra o inverno que permeia a minha alma.

Com licença "Vida Passando.

 Vou passando...

Raiva,

Medo,

Desespero,

Duvidas infinitas.

Essa falta de sentir me interrompe,

Mas não rompe as barreiras,

Dessas aguas que desaguam dentro de mim,

Olhando as sombras em vértices,

Cada fase,

E aprendizado,

O que faço?

Ouvindo pedidos que não posso ceder,

Comprimidos engolidos na esperança de fato resolver.

Nesse momento a vida faz graça,

Toda infantil,risonha e redundante.

Você não manda em mim,

Descontrolada eu sou assim.