Acho incómodo esse lance de você de fato,não se conhecer por completo,eu descubro isso quando leio livros sobre romances,eu nunca me senti parte de nada socialmente falando,então fiz o melhor que pude e criava historias dentro da minha mente.
Eu comecei a ler muito nova,eu sou do tipo que lê no banheiro,até rotulos de shampoo,nunca gostei de estudar ou memorizar as coisas por obrigação,isso explica os C que ganhei na vida,mas nunca perdi a oportunidade de ler alguma coisa revistas,gibis tudo que conseguia fazer de graça,antes da internet tudo era mais complicado e longe,lembro de uma vez que consegui ganhar uma revista daquelas "para meninas e ela caiu do carrinho de feira, eu voltei desesperada procurando meu tesouro perdido,realmente fiquei bem triste.
Teve uma epoca na minha vida que perdi a graça por ler,tinha costume de ver filmes,gravados da Tv que eu assistia compulsivamente,hoje em dia está menor esse foco meu,(tirando Harry Potter que eu maratono uma vez por mês)mas eu conseguia ver algo que gostava todos os dias e ate mais que uma vez por dia, também tinha o costume de apresentar meu filme favorito pras pessoas,Dirty Dancing foi um desses filmes,não tenho ideia de quantas vezes assisti,mas a emoção era sempre as mesma,mesmo sabendo as falas em português depois em inglês,eu me apaixonava intensamente por uma semana pelos garotos que ia conhecendo,tirando um amor platonico que durou dos meus 15 aos 19 anos,engraçado que esse amor nunca se concretiza,mas você fica la escravo de alguma projeção que algum psicanalista ja deve ter varias explicações,mas aquela paixão e veneração fica ali dentro de ti,mas você nunca faz nada pra que se concretize de fato,pelo menos eu nunca fiz,claro que era uma fixação idiota em uma pessoa super oposta a minha formação de caráter e que tive varias paixonites dentro desse tempo,engraçado que até hoje sonho com a pessoa,claro que no eu do passado nem sei como consigo ter lembrança daquela epoca ja que fazem 22 anos em que parei com aqueles sentimentos inúteis.
Uma vez aconteceu uma coisa atípica, estudávamos na mesma sala e alguém escreveu uma carta de amor,todo o planeta terra sabia dessa minha paixão,dada a minha cara de imbecil que eu despendia ao moçoilo e também porque a mãe dele ficou sabendo e contou pra ele,pelo que soube algum tempo depois,era tao sagrado antigamente o gostar de alguém,será que essas coisas se perderam ou ainda existem nas gerações mais novas,ele simplesmente achou que a carta era minha e não falou mais comigo,lembro de ter ficado chateada até porque eu nunca tinha escrito uma carta de amor,eu deixo esse lado mulherzinha meu escondido,é meu lado invisível que chora quando leio romances e até mesmo agora ,bate os pés de emoção pelos personagens ,mas ninguém precisa ver me dando uma de imbecil.
Como era amiga da irmã dele,foram anos nisso e varios rolos,tudo que aconteceu mesmo se era certo ou errado os dois mereceram, ele por alimentar o que eu sentia pelo ego dele e eu por achar que o fato de gostar de uma pessoa dava direito a me chatear,era uma época diferente,alguns comportamentos meus me dão vergonha alheia,mas desculpas ja foram pedidas as pessoas que eu acho que deveria ter pedido.
Engraçado que nunca falei claramente pra ele.
Eu acreditava que o fator dele não gostar de mim era o meu peso,jà que naquela época e em porões dentro de mim eu acredito piamente nisso,socialmente gordos são excluídos do rolê de pessoas atraentes,muito tem se feito pra que essas coisas mudem,mas não consigo enxegar a normalização dos corpos, que sim mudam com o passar dos anos,era decada de 90 nem lembro o que era considerado bonito naquela era.
Eu conheci o amor recíproco alguns anos depois,ele nasceu de uma amizade,com tantos nãos que me eram ditos,eu aprendi a gostar um pouco da minha companhia e até aceitar,que jà que emagrecer era uma coisa que eu tentava duramente de formas não muito saudáveis,que talvez eu ficaria para sempre sozinha,porque alem de gorda eu não tinha lá um comportamento muito adequado ou dito feminino só se arrotos e dizer o que pensa era sexy e eu não sabia.
Mas aconteceu a 19 anos atrás....
As lembranças não me abandonam realmente,durou 16 anos da minha vida,quase todas as minhas primeiras experiencias veem dessa época e me marcaram muito,me sentia ouvida,cuidada e amada todas experiencias antigas sumiram,eu ia ser feliz pra sempre.
Mas aconteceram coisas que so o amor nao pode lidar e abandonei o barco e voltei a ser eu comigo mesma sem me preocupar em fazer outra pessoa se sentir bem na propria pele...
Afinal esse espírito de fada transformadora afeta muito as mulheres,é lindo ajudar quem quer que seja,mas a pessoa tem que querer isso.
Enquanto você se dispõe a ajudar,você acaba em deriva e eu me esqueci de mim e fiquei doente.
O se sentir cuidada é uma armadilha da vida,afinal unicas pessoas responsáveis por te cuidar são seus pais e isso quando voce ainda é pequeno,realmente muito dura essa confrontação ,porque filmes e livros estão la contando histórias e nenhuma delas conta limpe a remela do seu nariz se olhe no espelho se ame em primeiro lugar e vai cuidar da tua vida sua criança chorona remelenta,você ainda sendo mulher fica a cargo as vezes sozinha de criar e dar estrutura a outro ser humaninho que saiu de ti, que as vezes tem traços muito mais agudos da sua personalidade,histórias de amor não tem filhos atípicos,falta de estrutura economica,medo e mentiras aquelas falacias que voce jura acreditar em nome de dias felizes.
Mas tem coisas que não foram mentiras, ficar olhando pro céu em silencio em todas suas formas e cores,pores de sol,musicas ouvidas no carro depois de um sexo maravilhoso,batidas de coração.
Eu estou atrelada a essas coisas,as vezes quero sentir novamente,mas também ao mesmo tempo não quero.
São lembranças invisíveis nem lembro que as tenho,elas so veem em musicas ou historias que me lembram que você e eu um dia fomos nós.
Mas que o amor morreu de causas naturais.