Já tem tempo,
Morto já estava,
Agora preciso que vele
Minha triste morada....
A cada por do sol,
Você aparece na minha memoria,
Foi uma grande história...
Aquela nuvem,
a sombra em volta da lua,
As longas conversas olhando pra rua,
O descobrimento do que me fazia bem,
Detalhes de prazer e corpo ,
Pele regozijos e gozo.
Ciúmes e posse,
Eu realmente nao tinha medida,
Estava muito perdida no começo,
Aprendemos tantas coisas afinal,
Tento expurgar,
Jogando punhos de terra,
No amor de uma jovem da terra do nunca,
Esse amor quase me consumiu,
Porque o objeto amado jà não existia,
Afinal eu criei um eu perfeito,
De uma encenação falha de começo,
Quando mostramos so nosso lado perfeito,
Não é errado,
Afinal quem quer ser rejeitado?
Levei uma decada e finalmente percebi,
Que brincar de casinha nao te apetecia mais comigo,
Deixei o teatro sorrindo,
Era uma mistura de alivio,sofrimento,desespero e saudade.
Hoje me despeço,
Com dor no peito e lagrimas nos olhos,
Você é você,
Não quem eu criei,
Nem bom ou ruim,
Apenas que por um tempo precisei.
Estou olhando para esse buraco a algum tempo,
As vezes dói demais e me abstraio,
Procuro outros braços aonde possa me apoiar,
Mas nunca foi real,
Nem antes nem agora,
Afinal sou incapaz de confiar e entregar a minha alma de bandeja.
Mas saiba que ensaie a peça varias vezes,
E nunca consegui o papel principal.
De grão em grão,
Rogo uma oração,
Que ela tenha poder de então,
Enterrar esse vão,
Que criou lacuna no meu coração,
Vem vento enterra meu pensamento,
O dia dia me consome,
E não tinha tempo,
Vem terra tapa agora,
Não tem mais tempo ou hora,
Como sempre meu tempo é diferente dos demais,
Mas faço esse funeral,no meu tempo, no meu gozo de falta de sanidade,por mais que venha a idade.
Sou criança esperando a renovação da vida após a morte de uma amor mal nascido.
Ide em paz,volte nunca mais.
Comentários
Postar um comentário